domingo, 20 de janeiro de 2008

Escola Secundária Alberto Sampaio celebra o patrono

A Escola Secundária Alberto Sampaio em Braga vai celebrar o seu patrono no ano em que passam cem anos sobre a sua morte, com um programa comemorativo que se prolonga por todo o ano lectivo, através de conferências, exposições, edição de literatura, eventos musicais e espectáculos de dramaturgia, pretendendo a respectiva comissão organizadora envolver toda a comunidade educativa e a sociedade bracarense.

A iniciativa conta com o apoio financeiro e logístico da Câmara Municipal e Braga e do seu Pelouro da Cultura.

O nome do historiador das Vilas foi atribuído, em 1972, à então Escola Comercial de Braga, antecessora da actual Escola Secundária Alberto Sampaio.

Os frutos da terra em Alberto Sampaio


Sobreiral da Quinta de Boamense

A exposição “Os frutos da terra em Alberto Sampaio” leva-nos até à Quinta de Boamense, ao encontro de Alberto Sampaio, o historiador das instituições rurais. Por uns momentos, o olhar repousa no verde dos campos, nos castanhos outonais das árvores do Sobreiral, nas cores vivas dos frutos e das flores que, aqui e além, pincelam esta tela campestre. Embalam-nos os sons da litania da água do rio Pelhe, a correr ao fundo da mata, as vozes dos homens na sua faina de sol a sol, misturadas com os trinados das aves e os sons da folhagem agitada pelo vento. Envolvem-nos os aromas fortes da terra mãe.

Alberto Sampaio não resistiu ao chamamento deste palmo de terra numa aldeia do Minho onde “o sol e a chuva adormecem na mesma folha”. No recanto da sua biblioteca, de janelas abertas para o jardim da Casa de Boamense, adivinhamos as longas horas passadas na leitura e na escrita das suas obras.

Campo da Quinta de Boamense

No mundo rural que o cerca, encontra algo mais do que um simples motivo de contemplação. Da “arte de fazer vinhos” parte para mais extensas explorações nos domínios da agricultura, floricultura, fruticultura, horticultura e floresta. A sua curiosidade científica, suportada por uma enorme atracção para as actividades do campo, não tem limites. Progressivamente, aprofunda os seus conhecimentos agrários, tornando-se rapidamente uma referência a quem são solicitados pareceres e dirigidos convites para integrar comissões de estudo e de exposições. Ao “mestre” recorrem com frequência os amigos mais íntimos, como Jaime de Magalhães Lima e Luís de Magalhães, seus admiradores e interlocutores privilegiados nestas matérias, como documenta a correspondência que trocam entre si. A poda e enxertia das vides, a selecção de castas, as experiências da plantação de árvores até então quase desconhecidas em Portugal, tal como o eucalipto, novas plantas e produtos hortícolas mandados vir expressamente do estrangeiro e cuja adaptação ao “solo pátrio” é seguida com particular atenção, são temas recorrentes na correspondência e em muitos outros documentos do espólio de Alberto Sampaio.

Nos Estudos de Economia Rural publicados na Revista de Guimarães e que reúne mais tarde no livro A Propriedade e Cultura do Minho, o historiador retrata, de forma exemplar, o panorama da realidade rural da província do Minho nos finais do século XIX. Do mesmo modo O Presente e o Futuro da Vitivinicultura em Portugal, escrito em 1884, é considerado um estudo de referência, quer no conhecimento da vitivinicultura praticada na época, quer pela antevisão dos seus progressos no século 20.

É neste espaço de ruralidade, cheio dos sons, aromas e cores da Quinta de Boamense, patente nesta exposição, que mergulham as raízes de Alberto Sampaio, filho e continuador daquele Bermardino de Sampaio Araújo que nas Cortes Constituintes de 1837, se declarou honrado por “ser lavrador de nascimento […] e mesmo lavrador de tamanco”.

Emília Nóvoa Faria

Alberto Sampaio, por Manuel Alves de Oliveira

Aquando do centenário da Exposição Industrial de Guimarães de 1884, Manuel Alves de Oliveira, Director do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, historiador e monárquico convicto, publicou no Boletim de Trabalhos Históricos um artigo sobre aquele evento, no qual traçou o perfil de Alberto Sampaio que aqui se transcreve:


Em 1858 Alberto Sampaio partira para Coimbra, onde frequentou a Faculdade de Direito da Universidade, que cursou com magnífico resultado.

Muito afectivo, sempre se manifestou um homem de excepcionais qualidades, e esse afecto corria caudalosamente para a sua terra de Guimarães e demonstrava-se, por excelência, no estudo das suas origens remotíssimas. À volta deste pendor do seu temperamento se enredaram as suas investigações históricas. Amava o convívio intelectual dos grandes amigos que ele próprio havia escolhido, como Luís de Magalhães, Oliveira Martins e Antero, o famoso lírico das “Primaveras Românticas”, cuja vida foi, para Alberto Sampaio, “continuamente inspirada pelos mais nobres sentimentos”, e o levavam a ver nele “uma destas figuras morais superiores que serão sempre a glória da Humanidade”.

Alberto Sampaio apreciava em Antero a sua indiferença pelas honras e grandezas que a tantos seduziam – e seduzem – e a afeição que demonstrava pela gente simples que, como Alberto Sampaio lhe reconhecia, “constituía uma disposição que lhe era muito particular.”

Foi também um íntimo amigo de Martins Sarmento em quem admirava o seu acendrado lusitanismo e a sua paixão em desvendar os mistérios da pré-história, que mereceram ao famoso e acatado arqueólogo vimaranense dedicados estudos.

Em 29 de Junho, catorze dias depois do acto inaugural da Exposição, a que dera o melhor do seu esforço e da sua boa vontade, realizaram-se eleições constituintes, tendo sido Alberto Sampaio proposto, por um grupo dos seus amigos, deputado pelo círculo de Guimarães. Porém, e contra toda a expectativa, o que vem comprovar o carácter volúvel e impressionável das multidões sempre abertas às falsas promessas dos políticos, Alberto Sampaio só conseguiu obter 190 votos, sendo então eleito o deputado apresentado pelo Partido Regenerador, João Franco Ferreira Pinto Castelo Branco, por 3 261 votos. O próprio Mariano de Carvalho, a quem em sessão de 16 de Março a Câmara resolvera consignar na acta um voto de agradecimento pelo interesse que tinha demonstrado pela criação da escola de desenho, não foi além de 4 votos...

Mas aqui, "Deus escreveu direito por linhas tortas”. Se Guimarães perdeu, para o Parlamento, um deputado vimaranense, ganhou, por outro lado, um grande historiador que no silêncio do seu gabinete de estudo se iria deter, com vagar e liberto de preocupações políticas no exame canseiroso de velhos manuscritos e antigos documentos medievos que na sua obra prima, “As Vilas do Norte de Portugal”, lhe permitiram reconstituir a história económica e agrícola anterior ao nascimento da nacionalidade, e no seu ensaio, “As Póvoas Marítimas”, apontar as primeiras sortidas que no mar foram feitas pelos portugueses do Norte, em plena Idade Média, e se tornaram o prenúncio longínquo da prodigiosa acção marítima desenvolvida por Portugal nos séculos XV e XVI.

Alberto Sampaio, insigne erudito, no retraimento da sua modéstia, nunca se deixou deslumbrar pelos fogos fátuos da popularidade. Correspondia bem ao que dele dissera D. Maria da Conceição de Lemos Magalhães, que foi esposa do Escritor e Estadista Luís de Magalhães seu íntimo amigo, “Quase pedia desculpa do seu saber e do seu valor às pessoas com quem convivia!”. Assim, quando no dia 24 de Junho os artistas e industriais, em grande número e acompanhados de duas bandas de música, depois de uma visita de duas horas à Exposição Industrial foram cumprimentar a Direcção da Sociedade Martins Sarmento, na sua casa do Carmo, e, depois, desceram à Rua de Santa Luzia para apresentarem cumprimentos ao dr. Alberto Sampaio, este não se encontrava em casa para os poder receber.

Como disse Jaime de Magalhães Lima, “o ardor e a isenção de espírito de Alberto Sampaio trouxeram-no permanentemente isolado do contacto do mundo e apartado da sua frivolidade e da sua inanidade, couraçado em mística armadura, impenetrável às efémeras superficialidades e dissipadas distracções do mundo”, concluindo que “Alberto Sampaio, o estudioso, foi, simultaneamente, um apóstolo, e a sua vida e a sua obra tornaram-se, além ide conselho seguro do entendimento, inspiração magnífica da dignidade” (1).

Escreveu Luís de Magalhães que “raramente o espírito, o carácter e o coração se terão simultaneamente elevado e equilibrado num indivíduo, como se elevaram e se equilibraram na personalidade de Alberto Sampaio”.

Pelo que em face de tudo isto devemos concluir que o Parlamento não era o lugar próprio para Alberto Sampaio, e talvez fosse essa a razão que ele decerto ambicionava, porque os vimaranenses, no acto eleitoral realizado, tivessem preferido o historiador primoroso que foi, ao parlamentar apagado e esmagado nas tricas da política, que ele teria sido.

E quando em 1892 de novo o quiseram incluir numa lista para deputados, Alberto Sampaio assim escreveu a esse seu dedicado amigo Luís de Magalhães: – “Céptico, excêntrico, cada vez mais separado do mundo, nada tenho que fazer em Lisboa, como representante de quaisquer eleitores” (2).

Mas, como historiador, não se alheou da política do seu tempo. Embora, tal como Sarmento, nunca fosse um político militante e praticante, na vulgar acepção da palavra, foi sempre solidário com o princípio monárquico e aberto às ideias liberais. E quando Luís de Magalhães fez parte do primeiro ministério franquista, colocou-se, moralmente, a seu lado.

[Manuel Alves de Oliveira, "A exposição industrial de 1884 e as suas repercussões", Boletim dos Trabalhos Históricos, Vol. XXXV, 1984, p.219-231, Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, Guimarães, 1984]

(1) Labor da Grei, Guimarães, pág. 58.

(2) Correspondência inédita de Alberto Sampaio, publicada e anotada pelo Coronel Mário Cardozo. (“Revista de Guimarães”, n.° 3, do vol. LI, 1941, pág. 73).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Exposição “Os frutos da terra em Alberto Sampaio”

Vai ser inaugurada, pelas 15:00 horas do próximo dia 26 de Janeiro, no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão, a exposição “Os frutos da terra em Alberto Sampaio”, uma iniciativa no âmbito do programa das Comemorações do Centenário de Alberto Sampaio, promovida pela respectiva Comissão Organizadora. Estará patente até ao dia 2 de Março de 2008.

A agricultura e a vitivinicultura, constituíram para Alberto Sampaio temas de estudo e de experimentação na Quinta de Boamense, em Vila Nova de Famalicão. Nesta exposição os diplomas e medalhas de concursos, os catálogos de viveiros nacionais e internacionais, os livros especializados sobre os diversos assuntos agrícolas, as cartas trocadas com os amigos, levam à descoberta de uma outra faceta do historiador.


Museu Bernardino Machado
Rua Adriano Pinto Basto, n.º 79
4760-114 Vila Nova de Famalicão
Tl: 252 377 733

Teatrinho de marionetas «Histórias do Tio Alberto": marcações para o Museu de Alberto Sampaio

Convite para as estreias em Guimarães e em Famalicão

O público atento na estreia em Guimarães, no dia 11 de Janeiro

Já se encontra disponível para as escolas o teatrinho de Marionetas – «Histórias do Tio Alberto», uma adaptação do livro infantil “História de Alberto”, de Emília Nóvoa Faria (Edição Campo das Letras).


Através da magia das cores e do encantamento da música e dos sons, mostra-se, de forma muito divertida, como foi a vida desta personalidade do século XIX. Esta peça teatral foi concebida e realizada para o Museu de Alberto Sampaio e para a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão pela Companhia de Teatro e Marionetas de Mandrágora.

Uma das marionetas

Esta actividade insere-se no programa comemorativo do Centenário de Alberto Sampaio (1845-1908), organizado pela Sociedade Martins Sarmento, Museu de Alberto Sampaio, e pelas autarquias de Vila Nova de Famalicão e de Guimarães.


Lembramos que as escolas que participarem, no Museu de Alberto Sampaio, nas duas actividades realizadas no âmbito das comemorações (teatrinho de marionetas + Exposição Alberto Sampaio e/ou ateliê complementar) receberão gratuitamente o livro “História de Alberto. [Nota bem: Oferta limitada ao número de exemplares existente].

Os três amigos em Lisboa


O espectáculo destina-se principalmente às escolas da pré-primária e do ensino básico, e as marcações podem ser feitas para o Serviço Educativo do Museu de Alberto Sampaio (Tel. 253423910).


Para conhecer em pormenor o programa das Comemorações de Alberto Sampaio queira consultar o blog: http://www.albertosampaio.blogspot.com/

sábado, 5 de janeiro de 2008

Teatro de marionetas: Histórias do Tio Alberto

No âmbito do programa comemorativo do centenário de Alberto Sampaio, em colaboração com o Teatro e Marionetas de Mandrágora, estão abertas as marcações para as representações das “Histórias do Tio Alberto”, teatro de marionetas destinado a alunos dos Jardins-de-infância e do 1.º Ciclo do Ensino Básico. A peça tem a duração de 30 minutos, destinando-se a um público de até 60 alunos em cada representação. As marcações são efectuadas na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, pelo telefone n.º 252 312 699 ou pelo seguinte endereço de correio electrónico: bibliotecamunicipal@vilanovadefamalicao.org.

Este teatrinho de marionetas, que estreará nos próximos dias 11, no Museu de Alberto Sampaio, em Guimarães, e 14, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, é uma adaptação do livro infantil “História de Alberto” de Emília Nóvoa Faria. Numa narrativa colorida, muito divertida e cheia de sons, contam-se episódios da vida de Alberto Sampaio, um grande historiador do nosso século XIX.

O Tio Alberto é um homem com sessenta anos, apaixonado pelo Minho e pela nossa História. Adora viver na sua Quinta de Boamense, perto de Vila Nova de Famalicão. Margarida, a criada que o viu nascer, era uma mulher minhota, muito despachada, que gostava muito de cozinhar. Só ela sabia fazer aquela deliciosa marmelada, muito apreciada por todos, até pelo Sapo! Alberto e o seu irmão José andavam sempre agarrados às saias da Margarida… pareciam abelhinhas às voltas na sua cozinha onde o cheirinho a doces era como o mel.

Os dois manos eram inseparáveis. Brincavam juntos, juntos trepavam às árvores e juntos iam para o Real Colégio de D. Fernando, em Landim. No primeiro dia de aulas, Alberto teve uma grande dor de barriga. O Sebastião levava-os ao Colégio num carro puxado por dois lindos cavalos, o Liró e o Talvai. Já homenzinhos, José e Alberto, depois de estudarem em Braga, partiram para Coimbra, a cidade dos doutores. Alberto fez logo amizade com um rapaz açoriano de olhos muito azuis, de seu nome Antero de Quental. Ficaram amigos para sempre.

O Tio Alberto não gostava de viver na cidade e, por isso, decidiu ir para Boamense onde se sentia feliz. Na Quinta, passava o tempo a estudar História e a tratar das vinhas. Um dia, o seu amigo Martins Sarmento pediu-lhe para organizar a 1.ª Exposição Industrial de Guimarães. O Tio Alberto meteu logo mãos à obra! Em Guimarães, festejou-se a inauguração da exposição no Palácio de Vila-Flor com muitos foguetes e uma banda de música. Cansado, mas satisfeito com o sucesso da exposição, o Tio Alberto dedicou-se, então, a escrever dois livrinhos muito importantes para conhecermos a nossa terra e a vida dos nossos antigos avós – “As Vilas do Norte de Portugal” e “As Póvoas Marítimas”.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A obra de Alberto Sampaio: O presente e o futuro da viticultura no Minho (1884)

Nos primeiros anos da década de 1880, à volta da Sociedade Martins Sarmento, a vida intelectual fervilhava, destacando-se um notável conjunto de cidadãos ilustres que, inspirados no exemplo de Francisco Martins Sarmento, começaram a publicar estudos científicos sobre diversas áreas do conhecimento, com destaque para os saberes de natureza histórica. Entre eles, encontrava-se Alberto Sampaio, cuja produção científica começou a ver a luz do dia logo no primeiro número da Revista de Guimarães, publicado em 1884, no qual, além do texto programático sobre a futura Exposição Industrial, publicou o seu primeiro Estudo de Economia Rural, em que abordava a temática da cultura da vinha no Minho e dos problemas que a afectavam, num tempo em que a praga da filoxera ainda estava muito presente. Começava assim:

“Desde o norte ao sul no nosso país, a vide europeia, ainda há poucos anos desafogada e livre de moléstias, adornava com os seus pâmpanos verdejantes a aridez e secura da maior parte das terras ingratas e impróprias para outra produção. Dividindo os produtos do solo português em sete classes (Port. Contemp. Estatística), o vinho representava em 1875 quase 23% ou aproximadamente a quarta parte do rendimento total. “A viticultura, escrevia o ser. Rebelo da Silva em 1868, constitui há séculos uma das fontes mais copiosas da riqueza agrícola de Portugal e uma das mais importantes bases do seu comércio”.

Qualquer que fosse o sítio e o modo de cultivar o precioso arbusto pagava sempre generosamente o trabalho do cultivador. O seu rico produto tinha e teria sempre um mercado, porque muitos climas, onde vivem densas populações, não permitem a cultura desta planta, que a natureza nos tinha dado a nós e a outros povos nas mesmas condições porventura como uma compensação á pouca fertilidade duma grande parte das nossas terras.

Acomodando-se a toda a espécie de terrenos, aos mais ingratos ainda, sofrendo os piores tratamentos, a incúria e o desleixo do lavrador, mas, produzindo sempre e retribuindo-lhe com generosidade a sua avareza, a vide, conquistando todos os dias novas terras, estendendo-se e multiplicando-se incessantemente, duplicaria dentro de pouco tempo o seu rendimento e absorveria todos os terrenos menos férteis, se um certo número de fitonoses não viessem nestes últimos anos desencadear-se sobre ela, ameaçando-a duma próxima destruição total.”

Alberto Sampaio, “O presente e o futuro da viticultura no Minho. Estudo de economia rural”, in Revista de Guimarães, n.º 1, Guimarães, 1884, pp. 196-197.